A efedrina é um componente dietético consumido por atletas de
diferentes modalidades esportivas (Casella et al, 2014). Analisando o
consumo de estimulantes por atletas universitários de hóquei, um estudo
mostrou através de um questionário que mais da metade dos atletas
(51,8%) utilizavam os estimulantes antes de um jogo de hóquei ou outra
prática esportiva. Dentre 139 pesquisados 51,8% do total de pesquisados
(n=139) foi relatado que já tinham feito uso da efedrina na busca de
melhorar o desempenho atlético (48,5%) dos praticantes.
Outro dado observado é que mais da metade (55,4%) estavam cientes da
proibição do uso da efedrina no país (Bents & Marsh, 2006). Em um
recente estudo foi visto que 15,2% dos adultos americanos utilizam
suplementos alimentares sem a prescrição médica visando a perda de peso.
Dentre estes a efedrina, que em fevereiro de 2004 foi proibida pela
Food and Drug Administration, pois foi comprovado um aumento do risco de
arritmias, hipertensão e mortalidade após o uso dos produtos que
continham estes simpaticomiméticos ou drogas adrenérgicas (Peterson et
al, 2008).
Devido ao alcaloide ser utilizado amplamente, tem sido motivo de
estudos mesmo sem muitas evidências de possíveis efeitos ergogênicos
para performance esportiva (Bohn et al, 2003). Muitos deles acham que
estão ingerindo outra substância como a Ma Huang na tabela nutricional,
porém não imaginam que o extrato é rico em efedrina, considerada assim
uma pseudo-efedrina, já que em 250mg do extrato se encontram 20mg de
efedrina. Geralmente o uso está associado a quem procura uma rápida
perda de peso e redução de ganho energético. Seu uso está associado a
implicações psicoativas, tais como taquicardia, arritmias e doenças
cardiovasculares (Hall et al, 2014).
Um relato de caso no estudo de Fort et al (2006) mostrou que um
paciente do sexo masculino, de 28 anos que lutava vale-tudo era usuário
do suplemento Therma-Pro ®. O paciente utilizava 4 comprimidos/dia do
Therma-Pro ® quando teria de perder 12kg em 20 dias para a luta,
associado a um treinamento físico intenso e dieta. No seu terceiro dia
de uso já apresentava uma dor torácica de forte intensidade, e após 6
dias do sintoma inicial o paciente já apresentava síncope e hemiparesia
direta (problemas relacionados com o déficit motor e paralisia parcial
do corpo). Porém, mesmo após intervenção de 30 dias o paciente
apresentou insuficiência cardíaca.
Outro relato foi em uma mulher de 19 anos, que fazia uso da efedrina
relatando que o alcaloide poderia levar a uma performance no esporte.
Após 10 dias de uso de efedrina, a mesma desenvolveu taquicardia
ventricular (Rakovec et al, 2006). Mais dois casos foram investigados e
foi visto que a arritmias ventriculares foram relacionadas ao uso
abusivo de efedrina. Por meio de uma biópsia foi notado uma necrose e
uma lesão miocárdica pelo excesso de catecolaminas (Casella et al,
2014). Em outro relato, um homem de 36 anos foi levado ao serviço de
emergência após entrar em colapso durante a execução de uma maratona, e
novamente foi notado um quadro de taquicardia, e sudorese excessiva.
Antes da corrida o indivíduo confirmou ter consumido um suplemento dado
por um amigo, que continha altas doses de efedrina (60mg) (Rhidian,
2006). Isso se deve porque após a liberação de catecolaminas endógenas,
há uma maior estimulação de receptores adrenérgicos α-1, β-1 e β-2, e
causam diversas reações como vasoconstrição, elevação da pressão
arterial e frequência cardíaca (Forte et al, 2006). Isto porque os
receptores de efedrina no corpo humano são encontrados em células que
incluem coração, pulmões e os vasos sanguíneos (Chen et al, 2012). O que
corrobora que uma substância que pode aumentar efeitos sobre o sistema
cardiovascular, também podem desencadear taquicardia e outras
complicações relacionadas ao coração.
Mais cuidado ao comprar seu termogênico, as empresas de suplementos
alimentares principalmente as estrangeiras utilizam o artifício de usar
nomes científicos como a Ma Huang para a efedrina ou 1,3,7
trimetilxantina para cafeína, no meio de ludibriar o consumidor.
Questione quem lhe indicou, será que estes sabem dos relatos constatados
até aqui? Olha que foram poucos, poderia fazer um artigo só de relatos
da efedrina e problemas relacionados ao coração.
0 Response to 'Efedrina: um risco eminente ao coração'
Postar um comentário